sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Projeto em rede apresenta novas tecnologias para a pecuária da Amazônia

Há três anos um projeto desenvolvido em rede pelas unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) da região Norte, com recursos do Banco da Amazônia, vem buscando alternativas para tornar a atividade pecuária mais sustentável e produtiva. Os resultados desta pesquisa serão apresentados e discutidos durante o Workshop Sistemas Pecuários Sustentáveis em Áreas Alteradas da Amazônia, realizado na sede da Embrapa Acre (Rio Branco), no período de 18 a 21 de novembro.

Participam do evento pesquisadores da Embrapa do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima e Amapá, técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre, além de representantes de diversas instituições de fomento à pesquisa e ligadas ao setor produtivo local. Hoje, dia 20, os pesquisadores visitam as áreas de produção das Fazendas Sinuelo, Cipoal e Guaxupé para conhecer tecnologias geradas no âmbito do projeto e que vêm sendo testadas por produtores do Acre.

Durante o encontro será avaliada a atuação das diversas unidades no desenvolvimento de pesquisas e no processo de transferência de tecnologias para a pecuária amazônica. Segundo o pesquisador Judson Valentim, líder do projeto, com base nas demandas estruturais e prioridades de pesquisa de cada Estado será formatado um novo projeto, envolvendo a participação dos governos amazônicos. A criação de uma nova rede virtual de pesquisa tem como objetivo a geração de tecnologias de maior impacto nos sistemas pecuários desenvolvidos em áreas desmatadas da Amazônia Legal.

De acordo com Valentim, as grandes distâncias geográficas dificultam a interação entre as Unidades de pesquisa da Amazônia. "O evento possibilitará maior aproximação entre as equipes de pesquisadores dos diversos Estados, contribuindo para um trabalho mais efetivo e integrado", explica.

RESULTADOS DO PROJETO

A pecuária é a principal atividade econômica da Amazônia, com cerca de 200 milhões de hectares de pastagens plantadas. Cerca de 50% se encontram em médio e elevado processo de degradação, com reflexos na produtividade e prejuízos para o produtor. Entre os principais resultados do projeto está o desenvolvimento de novas variedades de gramíneas e a definição de coeficientes técnicos para os diferentes sistemas pecuários da região. Além disso, a pesquisa identificou os impactos econômicos, sociais e ambientais destes sistemas.

Em termos de Acre, a pesquisa rendeu, entre outras novidades tecnológicas, duas variedades de capim: Tangola e Estrela Africana, mais produtivas e melhor adaptadas às condições ambientais do Estado. Também foi desenvolvida uma cultivar de amendoim forrageiro, com elevada produção de sementes. O lançamento destas tecnologias está previsto para meados de 2009.

O amendoim forrageiro é uma leguminosa com alta capacidade de fixação de nitrogênio e elevado valor nutritivo. Largamente utilizada em consorciação com gramíneas, reduz a necessidade de adubação do solo e contribui para o desempenho produtivo do rebanho, com maiores ganhos para o produtor. No Brasil, a multiplicação da principal cultivar desta forrageira, a Belmonte, ocorre por meio da produção de mudas, processo trabalhoso e oneroso para o produtor.

Para o pesquisador Carlos Maurício Andrade, responsável por um dos planos de ação do projeto e coordenador do evento, o desenvolvimento de um sistema de produção de sementes de amendoim forrageiro viabilizará a oferta da tecnologia ao mercado consumidor, com menores custos. Isto vai facilitar a sua adoção pelos produtores e contribuir para o aumento da produtividade dos rebanhos e recuperação de pastagens degradadas na região.

MAIS INFORMAÇÕES

Carlos Maurício S. Andrade
Pesquisador da Embrapa Acre
Telefone: (68) 3212-3237

FONTE

Embrapa Acre
Diva Gonçalves - Jornalista
Telefone: (68) 3212-3272

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