sábado, 21 de fevereiro de 2009

AVALIAÇÃO DE CUSTO PARA PARA ENGORDA DE GADO DE CORTE

Avaliação de custos 20.02.2009


É hora é de comprar o boi magro para a engorda, mas criadores sul-mato-grossenses fazem as contas para saber se a atividade compensa.


A chuva voltou e a pastagem está no ponto. A hora é de comprar o boi magro para a engorda. Em Mato Grosso do Sul, os criadores fazem as contas para saber se a atividade, este ano, compensa.
O lote com 175 animais chegou à propriedade do criador Pedro de Almeida, em Ribas do Rio Pardo, município a 70 quilômetros de Campo Grande, há duas semanas. Os peões fazem um rodízio de pasto a cada sete dias para alimentação do gado.
O pecuarista pagou por animal R$ 950. O boi estará pronto para o abate em pelo menos seis meses. Mas pode ficar mais tempo no pasto. Até lá, seu Pedro quer avaliar o mercado.
“Eu não sei como o mercado vai se ajustar. Ele pode subir. Se subir, ainda vou ganhar um pouco. Como também pode baixar. Daí, o prejuízo será maior”, disse seu Pedro.
Para saber se o pecuarista que está investindo na engorda faz um bom negócio, a equipe de reportagem levou o valor pago pelo boi magro pelo seu Pedro para o pesquisador Armindo Kichel, da Embrapa Gado de Corte. Ele acompanha o mercado há 20 anos e fez as contas.
O cálculo foi feito para cada boi magro entre 24 e 36 meses, como peso médio de 420 quilos. O criador pagou R$ 950 por animal. Para engordar o boi durante seis meses ele vai gastar, contando pasto, sal mineral, medicamentos e mão-de-obra, o total de R$ 113. O custo ao final do período será de R$ 1.063,00 por animal, ou o equivalente a R$ 65 por arroba. Ao preço praticado hoje em Mato Grosso do Sul, de R$ 75 a arroba, o criador teria uma sobra de R$ 10 por arroba.
O pesquisador alerta que para ter lucro é preciso que o pasto esteja em boas condições. “Para a engorda temos que trabalhar com pastagem de boa qualidade; buscar as forrageiras que tenham maior valor nutritivo, para que o animal tenha um bom ganho de peso na engorda; uma boa oferta de forragem durante todos os dias do ano e suplementando quando as forrageiras caem seu valor nutritivo”, explicou Kichel.
No escritório de compra e venda de bois em Campo Grande os olhares estão atentos. O corretor de gado Carlos Tavares contou que o preço do boi magro está 20% acima do valor de fevereiro de 2008, mas que o volume de vendas caiu na mesma proporção. Ele espera que com as chuvas o pecuarista se anime e coloque mais animas no pasto.

www.globo.com/globorural

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